Estamos vivendo um momento crítico de reflexão e mudanças com a pandemia do coronavírus. Uma crise sem precedentes no mundo atual, que revelou o quão vulneráveis podemos ser caso não estejamos preparados para as transformações inesperadas e disruptivas que marcarão o início de uma nova era para a humanidade.

Ao longo dos séculos, grandes tragédias que marcaram o mundo foram pontos de transição e transformação, fazendo com que empresas e pessoas repensassem a maneira de agir, de consumir e de ser. Dessa vez a pandemia do coronavírus chegou para acelerar algumas tendências e revelar um novo mundo, voltado muito mais para o coletivo e para a cooperação. Um momento que veio para despertar alguns valores que estavam ofuscados por comportamentos individualistas, focados no lucro a qualquer preço e pela concorrência desmedida. A partir de agora, as pessoas e as empresas deverão ser muito mais sérias, criativas, transparentes, próximas e cooperativas.

O isolamento social fez emergir a necessidade de cuidar do outro. Ele tirou o foco no consumo e revelou pessoas. Enquanto gestor da Cocatrel, em um piscar de olhos vi tudo mudar. Mesmo estando atento ao que estava acontecendo em outros países e já nos preparando para a possível chegada da pandemia no Brasil, muitas ações tiveram que ser tomadas em regime de urgência, priorizando sempre a saúde física e mental dos colaboradores, dos cooperados e também dos nossos fornecedores.

Paralelo a isso, vimos crescer a necessidade do trabalho e da prestação de serviços remotos. A cultura da Cocatrel, até aqui, ainda era muito analógica, com serviços essenciais prestados apenas presencialmente, como por exemplo os pagamentos a cooperados e fornecedores via cheques, que os faziam ir até a Cocatrel, causando contato desnecessário e aglomeração. Isso agora acabou. Foi uma atitude que precisou ser tomada, mas que leva à implementação de uma nova cultura que deverá ser adaptada por todos.

Ainda dentro desse exemplo e mostrando a crescente onda da cooperação, contamos com a adaptação de alguns bancos a essa nova cultura da Cocatrel. Vendo a necessidade de alguns cooperados e pela parceria estratégica que possuem com a cooperativa, eles criaram soluções para que os produtores pudessem abrir contas com agilidade e com isenção de taxas. É aí que a engrenagem se mostra importante. É aí que o mundo se transforma. Todos unidos em prol das pessoas. Nesta nova era que vem surgindo, as empresas deverão ser cada vez mais responsáveis, resilientes e empáticas, buscando soluções que impactem a comunidade com um todo.

Base para crescer, perto para ouvir e segura para o seu negócio. Esse é o propósito da Cocatrel e que se faz muito mais forte agora. A saúde financeira da cooperativa está boa. Estamos trocando o sistema para estarmos digitalmente muito mais eficientes. As nossas ações de governança deverão estar muito mais evidentes porque queremos e estaremos muito mais próximos, porém remotamente. Portanto, a transparência dos processos e a comunicação com os cooperados serão a chave do sucesso da Cocatrel e a garantia da segurança para o negócio de todos.

A Cocatrel está buscando cada vez mais a participação do cooperado e o pertencimento de cada um enquanto donos da cooperativa. Com o isolamento e o distanciamento social os serviços presenciais ficaram comprometidos, apesar de todos terem continuados. Novos canais digitais e interativos, de fácil acessibilidade serão criados para que o cooperado tenha absoluto acesso à gestão da cooperativa e torne-se com isso, mais participativo, fiel e entendendo melhor sobre o negócio da Cocatrel.

É possível que uma nova geração surja em meio à crise. Assim como os Milenials, que marcaram a virada dos anos 2000, com consumidores e pessoas focados na informação, no conhecimento da origem dos produtos e preocupados com a qualidade, os Coronials chegarão muito mais digitalizados, caseiros e buscando produtos e serviços de empresas e cooperativas que façam a diferença para o mundo. Que sejam realmente responsáveis e transparentes, comunicando ações reais e que cuidem parra que todos os seus públicos envolvidos estejam bem. Costumo chamar isso de Capitalismo Social, que já está no DNA das cooperativas, mas que agora se mostrará indispensável para governos, empresas e também comunidade. Ainda temos muito para falar sobre este assunto, mas vou deixar para um próximo post.

Fiquem bem!