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A era do capitalismo de stakeholders: mas não é exatamente isso que as cooperativas vêm fazendo há décadas?

No último post falei sobre as mudanças que a pandemia do coronavirus deverá causar na maneira como as empresas lidam com seus públicos. Pois bem, o impacto dessa transformação tende a ocorrer também no sistema econômico mais adotado no mundo: o capitalismo.

No cenário que vimos até aqui, antes da pandemia, as empresas estavam focadas no lucro, na geração de riquezas para os acionistas, para os seus donos, preocupados em crescer e ganhar muito, retornando pouco ou quase nada para a comunidade. Este modelo é conhecido como capitalismo de shareholders (acionistas, sócios).

Acredito que um mundo diferente está por vir. Especialistas já falam em uma era mais humana, com mais sensibilidade e cuidado por parte das empresas com todos os públicos a elas envolvidos, os seus stakeholders. Clientes, funcionários, fornecedores e comunidade serão impactados positivamente com ações cada vez mais voltadas para as responsabilidades sociais, ambientais e culturais, buscando propósitos e valores que as deixem menos egocêntricas, para serem mais empáticas, buscando resultados que beneficiem a todos. Esse é o capitalismo de stakeholders.

As empresas precisam que todos os públicos que são parte dos seus negócios estejam bem, funcionando bem. Vejam os exemplos dos bancos que, durante a pandemia, deixaram de cobrar taxas, postergaram parcelas e fizeram parcerias estratégicas entre eles, que sempre foram concorrentes. Tudo isso não é pelo simples fato de fazer o bem. É por entender que se o fornecedor, o cliente e a comunidade quebram, eles tendem a quebrar também. Tudo funciona como uma engrenagem, baseada na cooperação e no envolvimento de cada peça envolvida.

Por falar em cooperação, vamos lembrar aqui dos sete princípios cooperativistas: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação, formação e informação, intercooperação e interesse pela comunidade. Pois bem, o capitalismo de stakeholders, que começa a ser vislumbrado e colocado em prática pelas principais empresas do mundo, já está no DNA das cooperativas, já vem sendo praticado desde que a primeira cooperativa foi criada, em 1844, pautada pelos valores democráticos da solidariedade, honestidade, equidade e transparência.

É a hora do mundo olhar para nós, cooperativas, como exemplos. É o momento de mostramos que o modelo econômico mais eficiente que existe é aquele em que todos ganham. Um modelo em que quanto mais há participação e fidelidade dos seus donos, melhor a cooperativa gira e mais resultados traz, consequentemente mais sobras, que são devolvidas aos cooperados e que podem investir nas suas propriedades, nos seus negócios, e crescer. A cooperativa também cresce, gera emprego, aumenta as arrecadações dos municípios, fomenta a economia e o comércio, que engloba seus fornecedores, que também crescem. Quem ganha? Todos. Ganha também as comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas, pois elas têm como princípio e propósito a responsabilidade, a cooperação.

Há décadas praticamos esse capitalismo social, consciente, inclusivo e responsável, a Cocatrel tem cada vez mais buscado estreitar o relacionamento com seus stakehoders. Temos comunicado intensamente nossas ações de forma transparente, para que a cooperativa esteja mais próxima de todos os seus públicos, buscando ouvi-los para entender suas demandas e, a partir daí, traçar suas estratégias e ações, com responsabilidade e seriedade, mantendo o propósito de ser base para crescer, estar perto para ouvir e ser absolutamente segura para o negócio de todos e para uma comunidade melhor.

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