Cocatrel

A Assembleia Geral Ordinária e seu papel na democratização do modelo cooperativista e no processo de Governança Corporativa

Março é um mês importante para o cooperativismo. É o mês que acontece a Assembleia Geral Ordinária (AGO),que é o órgão supremo das cooperativas, tendo como principal objetivo ser o espaço para que a Diretoria e Conselho Administrativo prestem contas de sua gestão referente ao ano para os cooperados. Cada AGO deve ser celebrada, na medida em que precisa ser compreendida como um momento democrático, já que legitima o poder dos cooperados, que são chamados para aprovar as contas da atual gestão. Outro aspecto que merece ser ressaltado é que a AGO funciona como um instrumento de Governança Corporativa, que é o sistema que assegura aos sócios-proprietários o governo estratégico da empresa e o efetivo monitoramento da Diretoria Executiva.

Nas AGOs, Diretoria Executiva e Conselho Administrativo apresentam, além das questões pontuais da pauta, o Relatório de Gestão, o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Sobras e Perdas, que devem ser acompanhados do parecer do Conselho Fiscal e, também aprovados por uma auditoria independente. Todas essas contas precisam ser aprovadas pelos cooperados, o que ocorre por meio de votação dos presentes. As decisões são tomadas por maioria dos presentes com direito de votar, tendo cada cooperado direito a um só voto, qualquer que seja o número de suas quotas-parte. As decisões aplicam-se a todos, ainda que ausentes ou discordantes.

Isso posto, tem-se que a participação dos cooperados é fundamental já que os presentes decidem sobre o futuro da cooperativa em função do que vem ocorrendo nos anos que compõem o ciclo de uma gestão, que dura três anos. Do mesmo modo, a preocupação em realizar AGOs participativas, com o maior número de participantes possível, demonstra o modo de condução do negócio por parte do Conselho Administrativo, que segue as regras da Governança Corporativa.Nesse ponto, a relação entre propriedade e gestão se dá através do Conselho de Administração, da auditoria independente, do Conselho Fiscal e das AGOs, que funcionam como um mecanismo necessário e fundamental para que ocorra a participação dos associados no que diz respeito ao controle e avaliação da cooperativa.

No caso da Cocatrel, a diretoria executiva e o Conselho Administrativo fazem mais do que é obrigado por lei, e realizam Pré-AGOs em várias cidades onde mantém armazéns ou lojas. Tal ação, que ocorre desde 2019, visa maior aproximação com os cooperados, o que aumenta sua chance de participação, além de possibilitar maior conhecimento dos resultados e ações da cooperativa. Os resultados são publicados no site e revista da Cocatrel, que chega a cada um de seus sócios mensalmente. Além disso, os documentos apresentados – Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultados ficam disponíveis na sede da cooperativa, sendo acessíveis a qualquer sócio que queira analisá-lo em maior profundidade. Tudo isso visando transparência na gestão.

Outra questão importante é que, nas AGOs, decide-se também sobre a destinação das sobras aos cooperados, deduzindo-se as parcelas para os fundos obrigatórios. Enfim, nos sentimos orgulhosos em ampliar a participação dos associados e convidá-los a, de fato, participarem da vida e dos rumos de nossa cooperativa. Nesse aspecto, percebemos um aumento de participação a cada AGO realizada.

Consideramos que nosso modelo, que incentiva a participação dos sócios e que trata os números da cooperativa com transparência e responsabilidade, é o caminho para construirmos uma cooperativa cada vez mais sólida, segura e que tenha o cooperado como o centro de tudo: a nossa razão de existir. 

*Marco Valério Araújo Brito é Diretor Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel) desde 2018, fazendo parte da Diretoria Executiva desde 2015.

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